quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Idade Média - Idade das Trevas


A expressão Idade das Trevas para se referir à Idade Média foi muito utilizada no passado. Alguns historiadores usaram esta expressão, pois tinham como referências a cultura greco-romana e da época do Renascimento.
De acordo com estes historiadores, a Idade Média foi uma época com pouco desenvolvimento cultural, pois a cultura foi controlada pela Igreja Católica. Afirmavam também que praticamente não ocorreu desenvolvimento científico e técnico, pois a Igreja impedia estes avanços ao colocar a fé como único caminho a seguir.
Porém, a partir da segunda metade do século XX, com novos estudos históricos sobre a cultura e ciência da idade Média, houve uma nova visão sobre este período e o termo foi sendo abandonado. Alguns historiadores chegaram a conclusão que o desenvolvimento cultural e científico foi muito rico durante a época Medieval. Ocorreram avanços científicos e técnicos (exemplo da arquitetura). As Universidades Medievais foram ricos centros de produção de conhecimentos e debates. 
Atualmente, o uso do termo “Idade das Trevas” é considerado preconceituoso e também incorreto, pois desqualifica a cultura, a ciência e a arte da Idade Média. 

Idade Média - Povo (Servos ou Camponeses)



Os camponeses representavam a maioria da população na Idade Média, cabia a eles trabalhar nas terras através da produção agrícola. 

Eles deveriam servir aos senhores feudais, tendo que pagar impostos pelo uso da terra e proteção militar, já que dela além de fornecerem alimento a família dos senhores feudais, provinha também seu próprio sustento. 

Eles assim como os nobres juravam fidelidade aos senhores feudais, muitas vezes sendo convocados durante as batalhas. 

Como não lhes era permitido estudar, os camponeses acreditavam piamente no que dizia a Igreja Católica e assim apenas esperavam que após uma vida sofrida, seriam recompensados através da salvação de suas almas. 

Além deles também havia os vilões, trabalhadores livres que transitavam de feudo em feudo, trabalhando temporariamente, como uma espécie de trabalhador autônomo. 

Ainda nessa época havia escravos, só que em menor quantidade que no Império Romano e estes tinham como responsabilidade fazer os trabalhos domésticos. 


Como dissemos anteriormente a Igreja Católica na época não permitia a ascensão ou mistura entre as classes, por isso casamentos entre nobres e camponeses eram tão mal vistos. 

Idade Média e a Nobreza

Durante a Idade Média podemos notar grandes diferenças em sua sociedade, sendo mostradas através de suas classes sociais. 

A mobilidade social era bem restrita, sendo que se alguém nascesse em tal classe não poderia mudar de posição, continuando nela por toda sua vida, assim como seus descendentes. 
Segundo a Igreja Católica na época, a qual controlava e influenciava muito sobre a política a forma de pensar das pessoas, essa ordem era designada por Deus e quem fosse contra essas desigualdades estaria afrontando a harmonia divina. 
A sociedade na Idade Média era dividida em três grandes grupos, o clero, a nobreza e o povo. 






Nobreza 


A nobreza era composta pelos senhores feudais que tinham o controle sobre os feudos e o cenário político da época. Sua função era guerrear e exercer poder político sobre as demais classes. 

Esse grupo assim como o clero também possui uma hierarquia, dividindo-se em classes, sendo que o rei era o mais importante e influente, pois era ele que cedia as terras, travando relações de suserania e vassalagem, em troca da fidelidade e ajuda militar de outros nobres. 

Os membros da nobreza se diferenciavam por seu poder e influência, por isso em sua hierarquia os que estão acima dos outros possuíam mais terras ou eram pessoas pelas quais o rei tinha grande consideração, sendo que ele atribuía os títulos aos nobres. 

Depois do rei, vinha as demais classes, entre elas príncipe (herdeiro ao trono, filho do chefe de estado), arquiduque (superior ao duque, filhos da Família Imperial da Aústria), duque (chefe de estado de um ducado, geralmente pertencente à Família Real), marquês (superior ao conde, título de ordem germânica) e conde (senhor feudal dono de um ou mais castelos de condados).
 


Os cavaleiros também eram membros da nobreza, sendo que o título era dado pelo rei, assim como os escudeiros que eram aprendizes de cavaleiro. Eles na verdade eram filhos de nobres. 

Os nobres podiam subir na hierarquia, tudo dependia de seus serviços prestados ao chefe de estado que poderia tanto atribuir o título como tirá-lo. Era dever dos nobres participar das guerras, estando à disposição do rei. 

O Feudo

A palavra feudo é de origem germânica e seu significado está associado ao direito que alguém  possui sobre um bem, geralmente sobre a terra.
O feudo era a unidade de produção do mundo medieval e onde acontecia a maior parte das relações sociais. O senhor do feudo possuía, além da terra, riquezas em espécie e tinha direito de cobrar impostos e taxas em seu território.
O feudo era cedido por um poderoso senhor a um nobre em troca de obrigações e serviços. Quem concedia a terra era o suserano e quem a recebia era o vassalo. O vassalo, por sua vez, podia ceder parte das terras recebidas a outro nobre, passando a ser, ao mesmo tempo, vassalo do primeiro senhor e suserano do segundo.
O vassalo, ao receber a terra, jurava fidelidade a seu senhor. Esse juramento era uma espécie de ritual que envolvia honra e poder: o vassalo se ajoelhava diante do suserano, colocava sua mão na dele e prometia ser-lhe leal e servi-lo na guerra.
Os suseranos  e os vassalos estavam ligados por diversas obrigações: o vassalo devia serviço militar a seu suserano, e este proteção a seu vassalo. Pode-se dizer que não havia quem não fosse vassalo de outro.

Na sociedade medieval, o rei não cumpria a função de chefe de Estado. Apesar de seu papel simbólico, ele tinha poderes apenas em seu próprio feudo. Sua vantagem era não dever obrigações de vassalo, dentro de seu reino, a outro senhor. 

As Cruzadas

As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé.
Organização 
Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.   
Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas.
Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. 
Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. 
Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. 
Relação de todas as Cruzadas Medievais:
- Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
- Primeira Cruzada (1096 a 1099)
- Cruzada de 1101
- Segunda Cruzada (1147 a 1149)
- Terceira Cruzada (1189 a 1192)
- Quarta Cruzada (1202 a 1204)
- Cruzada Albigense (1209 a 1244)
- Cruzada das Crianças (1212)
- Quinta Cruzada (1217 a 1221)
- Sexta Cruzada (1228 a 1229)
- Sétima Cruzada (1248 a 1250)
- Cruzada dos Pastores (1251 a 1320)
- Oitava Cruzada (1270)
- Nona Cruzada (1271 a 1272)
- Cruzadas do Norte (1193 a 1316)
Consequências 
Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.
Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. 
Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.
Curiosidade:
- A expressão "Cruzada" não era conhecida nem mesmo foi usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram usados termos como, por exemplo "Guerra Santa" e Peregrinação para fazerem referência ao movimento de tentativa de tomar a "terra santa" dos muçulmanos.
CLERO
O Clero era constituído por membros da Igreja Católica. Eles exerciam grande influência, poder e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Todos os que compunham essa categoria eram isentos do pagamento de impostos, arrecadavam o dízimo dos fiéis e detinham grande parcela de conhecimento transcrevendo manuscritos, livros sagrados e perpetuando ensinamentos aos futuros religiosos. 
Subdividia-se em :

§  Alto Clero - membros da nobreza feudal (papa, bispo, abade);
§  Baixo Clero – membros não ligados à nobreza que provinham do povo (pároco, padre, vigário);
§  Clero Secular – membros em contato com os fiéis no cotidiano;
§  Clero Regular – membros de mosteiros, isolados do mundo (beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos).
Alguns privilégios que o clero gozava incluíam: receber grandes doações de terras e outros bens, exercer cargos administrativos, não pagar impostos, ter seus próprios tribunais e dedicação a cultura e ao saber. Além do grande prestígio perante a população, acolhiam e prestavam assistência aos doentes e aos mais pobres.

Papel da Igreja Católica
Reconhecida como a principal instituição medieval, a Igreja Católica exercia uma função decisiva em todos setores sociais. Legitimava a dominação política e as manifestações culturais, auxiliava nas questões econômicas, e cumpria papel fundamental na coesão social. 

O Papa era o integrante de maior hierarquia eclesiástica na Igreja. Era quem dominava e tinha autoridade para interferir e exercer dois tipos de poderes: o espiritual (ligados às questões religiosas) e o temporal (relacionado ao poderio de grandes extensões de terra). O poder temporal envolveu a Igreja em assuntos de ordem política como aQuerela das Investiduras (disputa entre o poder monárquico, dos reis, e o clerical).

Alguns fatores como a corrupção eclesiástica e a queda de virtudes morais do clero, como a venda de bens religiosos e indulgências (pagamento financeiro por alguma graça ou perdão dos pecados), fez com que houvesse um afastamento entre a Igreja e seu principal ideal.

Nos séculos X e XI, a Igreja se renovou com a criação de novas ordens religiosas e militares.
§  Ordem de Cluny – Defendia a criação de um processo de reformas que dessem maior autonomia à Igreja. Tinha por objetivo seguir as regras da Ordem Beneditina, ou seja: castidade, pobreza, caridade, obediência, oração e trabalho. O Cesaropapismo, prática de subordinação dos clérigos aos reis, começou a sofrer intensa oposição pelos integrantes desta ordem. Desde a sua criação no século X, valorizava a oração e as práticas litúrgicas, prezando pela dignidade e esplendor delas.
§  Ordem de Cister – Criada no século XI, valorizava o trabalho manual e o cultivo da terra. Seus membros eram contrários ao luxo e às formas de ostentação.
§  Ordem dos Templários – Fundada em 1119 por Hugo de Payens, tinha o objetivo de defender a Terra Santa dos ataques Muçulmanos.
Ordem dos Hospitalários – Fundada em Jerusalém no ano de 1080, era constituída por integrantes da nobreza. 
§  Outros movimentos reformistas, como a Ordem dos Franciscanos e dos Dominicanos surgiram para pregar a pobreza absoluta e a vivência da caridade.

                                                                                                                                    ~ Raz ~


os Cavaleiros da Idade Média


Introdução 
Os cavaleiros medievais eram guerreiros que faziam parte da nobreza. Na Idade Média (séculos v ao XV), a guerra era muito comum e os senhores feudais e reis necessitavam de cavaleiros para fazer a proteção do feudo ou conquistar novas terras e riquezas. Quanto mais cavaleiros possuía um nobre, maior seria o seu poder militar.

Formação do cavaleiro 
Para se tornar cavaleiro era necessário fazer parte da nobreza, pois os equipamentos de guerra (espada, escudo, elmo, armadura) e o cavalo custavam caro. Os camponeses não tinham recursos para se tornarem cavaleiros, nem mesmo tempo para o treinamento.

Desde criança, o menino era destinado, pelo pai, para ser um cavaleiro e começava o treinamento. Devia saber usar as armas, aprender técnicas de combate, preparar o físico, montar o cavalo e valorizar as atitudes de um cavaleiro. Valentia, fidelidade e lealdade eram características exigidas num cavaleiro medieval.

Ao se tornar adulto, o aprendiz tornava-se cavaleiro através de uma cerimônia. Passava a noite numa igreja, orando. No dia seguinte devia fazer juramento de lealdade ao seu suserano. Geralmente ganhavam um terreno (feudo) para construir sua habitação.

Torneios
Os cavaleiros medievais costumam participar de torneios. Estes eventos festivos contavam com lutas e disputas entre os cavaleiros de uma região. Era uma das diversões no período do feudalismo.

Participação nas Cruzadas 
Os cavaleiros medievais participaram das cruzadas, batalhas em que os cristãos tentaram retomar a Terra Santa (Jerusalém) das mãos dos muçulmanos. 



~giz


Servidão na Idade Média

A servidão é o status legal e econômico dos camponeses ("servos") no feudalismo, especialmente no âmbito do sistema econômico da "senhoria" (direitos feudais sobre a terra). Os servos são trabalhadores rurais que estão vinculados à terra, formando a classe social mais baixa da sociedade feudal. À diferença dos escravos, os servos não eram propriedade de ninguém e não podiam ser vendidos, pois não eram como escravos, que eram propriedade dos donos. A servidão implica o trabalho forçado dos servos nos campos dos senhores de terras, em troca de proteção e do direito de arrendar terras para subsistência. Ademais do trabalho na terra, os servos executavam diversos trabalhos relacionados com agricultura, como silviculturatransporte (por terra e por rio), artesanato e mesmo manufatura.
A servidão evoluiu a partir da estrutura fundiária do Baixo Império Romano, caracterizada pela existência de latifúndios nos quais a mão-de-obra era formada por arrendatários que trabalhavam nos campos do proprietário e recebiam um lote de terra para a sua subsistência, mediante aluguel. Com a instabilidade do Império nos séculos III e IV d.C., diversos pequenos proprietários passaram a vender suas terras para os grandes senhores de terras e a empregar-se nos latifúndios como arrendatários, em troca de proteção.
A servidão disseminou-se na Europa no século X e tornou-se a forma predominante de organização do trabalho agrário europeu durante toda a Idade Média. Sobreviveu na Inglaterra até o século XVII, na França até aRevolução Francesa (1789) e, na maioria dos países europeus, até o início do século XIX. A servidão na Rússia durou até 1861, tendo sido o último país do mundo a libertar seus servos.
A servidão praticamente não existiu em Portugal, devido à existência de terra livre abundante nas regiões conquistadas aos árabes no sul do país. A fuga dos camponeses para essas terras — cujos novos senhores, para atrair trabalhadores, davam boas condições de trabalho — obrigou a melhoria das condiçőes também no norte, impedindo o desenvolvimento da servidão da gleba.
Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a relação senhor-servo. A servidão é diferente da escravidão, já que os servos são ligeiramente mais livres que os escravos. Um servo podia sair das terras do senhor de terras e ir para onde quisesse, desde que não tivesse dívidas a pagar para o senhor de terras. Na servidão, o servo não trabalha para receber uma remuneração, mas para ter o direito de morar nas terras do seu senhor. Também não existe qualquer vínculo contratual entre os dois, mesmo porque senhor e servo eram analfabetos.

~Brubs